segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Lembranças de um album de fotos

Lembranças de um album de fotos  

Um dia desses encontrei um velho albúm de fotos.
E como é gostoso, rever e sentir velhas emoções.
Revi meu pai, tão sério e sisudo, mas esse era um dos seus muitos charmes, apenas para disfarçar um grande coração.
Minha mãe era muito bonita e especial, tinha o olhar doce e corajoso, que me protegia, na minha infância, me acarinhava na juventude, mesmo nos anos de rebeldia, e que me transformou em mulher, mesmo sem eu perceber.
Me pus a chorar, por que agora a dor se transformou em saudade. E pude reparar em como meus pais foram unicos e maravilhosos para mim.
Se hoje tenho habilidades, coragem de viver e pregar as minhas idéias e conceitos é por que aprendi atráves do amor e do exemplo que me deram por herança.
È uma benção poder reve-los, e me pego chorando por amor, e me encho de  uma paz de dever cumprido, por que sei que onde estiverem estão me apoiando nas minhas lutas por uma pessoa melhor.
E Deus sabe como eu me dedico para ser cada dia, mais e mais a cada dia alguem melhor.
Recomendo às pessoas que façam de vez em quando essa busca por suas raizes, por seu “chão” e irão se sentir revigorados de forma surpreendente. 
Nessas fotos, os meus  primeiros anos, a infância, a juventude,  as viagens e os lugares onde estive. As paixões, os amores, cada sorriso, cada momento. Ficam as fotos presas num tempo, que não volta mais, mas que de alguma maneira nunca nos abandonou.
Os amigos que conquistei, outros que perdi por causa da agitação da vida e outros que vivem no meu coração e no meu pensamento
Como a vida era diferente! Ou será que nós é que mudamos?
As roupas me chamaram atenção, aqueles cortes de cabelo com laquê, as festas ao som de rock e danças ainda quando se dançava um com outro, juntos.
O que era bonito naquela época? Calça boca de sino, sapato “cavalo de aço”, blusa de crochê e cinto de fivela alta.
Aquilo era uma “brasa mora” era a coisa mais linda e moderna que uma pessoa podia usar, para ser “da tchurma”.
Fiquei inebriada pelo saudosismo, pela alegria de rever momentos tão importantes, um não sei que de tristeza, das lágrimas que correm sem parar, mas elas não queimam, apenas aliviam, não são de arrependimento, são de amor e de um momento que quero para sempre lembrar.
Muitos planos, que sonhos.......que vontade de abraçar o mundo, que vontade de realizar e de enfrentar os dragões. Lembrei disso quando me vi segurando um exemplar de D. Quixote, de Cervantes e atire a primeira pedra, quem
 não se sentiu um cavaleiro enfrentando um dragão, mesmo que depois se descobrisse um catavento. Ou quem já não foi um Sancho Pança?
E lembro também da minha formatura, com meu pai, me levando por todo o salão, ensaiei alguns passos especiais para essa noite, tão especial, mas.....

Todos aqueles olhares me fizeram esquecer e eu dancei a melhor música da noite: a do meu coração.
Como não lembrar de tudo isso, como não me deixar levar pela memória?
Mas onde vocês estiverem, pai e mãe saibam que sempre e em todas as minhas decisões, sou um pouco do muito que vocês me derão.
Sou uma guerreira e quero mudar o mundo, para que outras pessoas possam viver nele sem barreira e sem limite
Mudar o mundo para que muitas pessoas que vivem a margem dele sejam ouvidas,
Mudar para incluir e aproximar aqueles que tem alma e sentem pelo seu “irmão” igualdade e buscam a paz de consciência.
Sou uma desafiadora de novos espaços, sou e tão somente humana, em busca de amor pela verdade.
Seja qual for o caminho que essa vida me fizer passar, que eu possa continuar lutando por meus idéias, que as diferenças não sejam visiveis, por espero que um dia, sejamos  realmente iguais.






















Meu filho é deficiente. E agora?

Meu filho é deficiente. E agora?

Li num artigo destes de revista feminina que 80% das mulheres brasileiras desejam ser mães e que bom que isso acontece, sinal que ainda acreditamos na humanidade, nas coisas que herdamos e que temos confiança que esse mundo pode ser melhor.
Mas será que estamos prontos para amar incondicionalmente?
A primeira coisa que queremos saber quando uma criança nasce: é perfeita, doutor?
Sim. Tem vida e respira.
Mas e se não tem algum dos braços, e se não tem as pernas?
E se fôr uma criança com sindrome de Down?
Nosso amor muda? Ou os nossos conceitos mudam?
Perceber que as crianças podem ser diferentes, não deve ser um ponto de obstáculo na vida de uma mãe.
Nascer diferente em personalidade nos faz únicos e por tanto com valores que nos tornam especiais.
Mas se essa diferença é de modo aparente visual, auditiva, mental, física ou multípla é nesse momento que o amor de mãe, agora sim é que deve estar presente.
Durante esses vinte anos de Instituto Pro Cidadania, temos enfrentado muitas realidades e de muitas histórias tenho sido testemunha.
Mães extremosas que fazem de suas vidas, pura dedicação e “luta” pelos seus filhos, independente de suas deficiências e de suas limitações e não se pode imaginar do que são capazes se mais exigidas forem em prol de uma vida melhor para os seus filhos.
E mesmo aquelas que passaram para outras familias a criação de seus filhos, para que eles tivessem mais recurso ou  melhor condição.
Não é a minha intenção julgar, até por que não me cabe esse papel, de quem está certo ou errado, de que maneira psicologicamente seria melhor.
Mas uma coisa deve sempre prevalecer: o amor e o respeito.
As pessoas com deficiência tem valores individuais e únicos, que juntos e bem avaliados, os tornam  profissionais capazes e homens e mulheres responsáveis e  preparados para a vida.
Quantas vezes você se deparou com uma pessoa com deficiência?
Foi como eu que não sabia como agir e pagou todos os “micos” possíveis
Ou simplesmente se manteve na neutralidade fazendo de conta que não era com você?
Então, caro leitor, eu sugiro que você dê a cara para bater, se mostre de forma inteira e seja uma pessoa feliz.
Não se esconda dos seus desafios e não tenha medo de errar, apenas tenha muita vergonha se não tentar, se mostre por inteiro, por que só assim podemos ser felizes.
A vida nos coloca em situações que nos obrigam a tomar atitudes, certas ou erradas, e pagar “micos” é apenas a menor delas.
A omissão é a carapuça dos covardes e só agindo é que podemos aprender.
As pessoas que não tem os braços, só perderam os braços, não a noção de calor humano, de bem querer, então cumprimente-os, abrace-os.
As pessoas que não falam, podem ser entendidas, elas pensam e sentem.
As pessoas que estão em cadeiras de rodas, apenas não usam as pernas para o seu acesso mas elas podem chegar muito longe, basta acreditar e permitir.
As pessoas que não veem, essas são sábias elas não veem as nossas imperfeições e nos amam assim mesmo. O amor é invisivel, lembre –se.
As pessoas que não ouvem, tem uma habilidade extrema, sentem o próprio coração o tempo todo, e apenas querem fazer bate-lo por você também.
Se essas habilidades estão presentes nestas pessoas por que se furtar de  conhece-las de lhes oferecer a mão, um abraço sincero, um gesto de compreensão e carinho?
Afinal cada um de nós pode e tem em si, habilidades especiais, que DEUS, concedeu na criação.
Você que tem a oportunidade desta leitura, de forma direta ou indireta, que está à procura de algo melhor para si e para a sua vida, ajude as pessoas a serem mais felizes, ofereça respeito, dê amor.
Acredite as pessoas com deficiência tem competências e habilidades, que você como cidadão tem que reconhecer, você como empresário pode e deve oferecer a oportunidade de emprego e nós todos como sociedade, temos que fazer  valer esse direito para que todos possam ser parte de uma nação mais justa e humana  ensinando  as futuras gerações que só atráves do amor e do respeito é que as pessoas podem viver em harmonia e igualdade