quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Será que eu respirei primeiro, ou li primeiro?

 
Acredito que fiz as duas coisas simultaneamente.
È maravilhoso ler, esquecer os problemas e dar asas a imaginação.
Na leitura eu sou forte, sou corajosa e tenho todas as respostas. Sou uma super
heroína!!!
Nos livros posso vencer a chuva, o sol, a fome e ter o amor aos meus pés. Quase sem
defeitos!!!!
Mas também nos livros posso encontrar o meu espaço na sociedade e transformá-la.
Posso denunciar, gritar e saber que não estarei só.
Por que enquanto houver um curioso das letras, um faminto do saber, um desbravador
de fronteiras haverá um livro e uma escrita.
Haverá uma criança sonhadora, um adolescente engajado, um adulto competente e um
velho sábio. 
(Agradeço a um amigo muito carinhoso que mora no meu coração e consegue atráves de ações positivas marcar sua presença na minha vida e de muitas outras pessoas)


                                                                                              Sandra Regina Carvalho Boschilia


E disse DEUS, haja luz e houve luz.........

E disse Deus, haja luz, e houve Luz.
E no sétimo dia  ELE descansou.
Criou Deus, um mundo perfeito, onde todas as coisas viviam harmônicas.
E Deus criou o homem e achou bom o que fez, mas entendeu também que era bom e aprazível que o homem tivesse uma companheira para com ele viver.
Ah! Se o mundo tivesse ficado assim, de maneira calma dócil, sem conflitos e sem rusgas, apenas o homem e a mulher, o macho e a fêmea, dois para desfrutar um pequeno espaço (???????), para realizar atividades diárias, para compartilhar um mundo só deles.
Mas será que após tantos dias, de pura mansidão, a natureza humana, não falou mais alto? Na bíblia ou no Torá, tempo em horas, dias, semanas, meses, não existia. Será que não bateu aquela monotonia e a Eva (é positivado) que ela não se contentou com as notícias que Adão trazia todos os dias, e resolveu procurar novidades.

E o mundo que era perfeito virou do avesso.

No livro dos cristãos se fala também de Salomão, que pediu a Deus, apenas sabedoria, e com ela governou, mas precisou agir de forma desumana ao “dividir” uma criança para despertar a sanidade em mulheres débeis. Então imagina que até para se buscar a justiça, deve se “burlar” o bom senso.
Nas cidades de Sodoma e Gomorra, a violência imperava, a insensatez, não tinha lugar, todos faziam o que bem quisesse, e de tal forma que aqueles que não assim pensassem deviam ir embora.
No feudalismo, o senhor de todos os domínios, decidia pela vida e pela morte de todos, aceitava inclusive as primícias, como demonstração de sua força e domínio, mandava desafetos á frente de batalha, para um triste e definitivo fim.
E era tal o pensamento da época que mesmo a igreja, mandava matar em nome de DEUS.
Em qualquer tempo, em qualquer civilização, existe exemplos claros de poderio pela força, nem sempre justificada pela inteligência, nem pela razão, mas pela força física.
E podemos até ser alheios e egoístas e dizer que esses exemplos, são antigos do tempo das barbáries. (Muito longe da gente....!?!)
Ilusão.... o homem  já conseguiu destruir o planeta...... Destruir o semelhante, é apenas detalhe.
 Já começa na visão deturpada de ver no outro, tudo menos a semelhança.
Em nome da justiça, se cria leis, e elas respondem a realidade em que se vive, o tempo em que se vive, as ideias que se professam, as leituras que se fazem, as garantias e deveres de cada um.
Gosto muito de um exemplo, que para mim toca fundo, eu sou uma pessoa com deficiência, nas pernas, nasci com sequelas de poliomielite. Se fosse,  em tempos antigos, certamente, não estaria aqui escrevendo essa carta.
Por ser mulher, seria analfabeta. De casamento arranjado por força de costumes e tradições. Sem opinião, à não ser é claro do meu marido. E com uma enorme sorte se estivesse viva, por que as crianças com deformidades, tinham a morte certa!
Se,  pede justiça, se usa o direito para isso. Ele é uma ferramenta “cortante”, mas maleável, e se amolda muito bem à mão do ferreiro. (operador do direito).
Lembro, minha primeira aula de direito, Introdução ao Estudo do Direito, o que é o direito? Penso, mas não dá tempo de falar, alguém grita: Justiça!!!
Penso que aqueles que amam o direito, sabem que há muita diferença, há muita controvérsia, e é exatamente isso é que vale a pena!!!
Todas as decisões judiciais são certas? Elas devem atingir um caso concreto? Ou elas devem ser para todo mundo?
Mas que fale quem já está neste mérito, a muito tempo, que já bebeu desse vinho inebriante, que já correu por todas as nuances da lei, que procurou brechas com sofreguidão para alivio do seu cliente, para receber as honras como um inconteste cavaleiro feudal, para o operador do direito que se debruçou sobre todas as leituras e doutrinas diversas, que alinhavou cada detalhe, que se entregou em cada verbete, que cada entrelinha fez um rol de justificadas e certas (??) defesas.

Sandra Regina Carvalho Boschilia

terça-feira, 1 de novembro de 2011

LADRÃO!!!!


Ladrão
Segundo o Aurélio, é todo aquele que rouba, mas sobre violência ou grave ameaça.
Pode ser uma caneta, uma galinha, um computador ou um avião.
O ladrão pé de chinelo ou aquele de colarinho branco.
O ladrão pé de chinelo esse sim vai para a prisão. Para ele os rigores da lei.
Se ele fôr da região da cracolândia, imagine o espancamento, as arbitrariedades, os desmandos, é levado até pelado e ninguem discute se tem algema ou não.
Para os de colarinho branco (são ladrões também),  mas de grossas e enormes quantias, tão grandes quantias que nem cabem na cueca.
Mas para eles um foro especial, um que é amigo de “fulano”, outro que é amigo de “siclano” e para eles as benécias de lei.
Dependendo do seu “puder”, ele pode ser ouvido até em plenário.
Para ele, estamos em um mundo diferente, bem longe de qualquer ilha da “fantasia”.
A violencia, que designa o roubo, não precisa ser a de mão armada, mas a violência da fome, da fome da subnutrição, do analfabetismo, do desemprego, da inércia.
A grave ameaça, a possivel reeleição, para alguns o retorno de um pesadelo e outros a “barganha eleitoral”, vote em mim e ganhe uma cesta básica, uma dentadura, ou quem sabe um cartão de vale cultura (o que é mesmo cultura?).
Alías um ladrão de colarinho
 branco,  está muito em moda.Mora de preferência em Brasilia, mas tem os seus “currais” eleitorais em outros centros (afinal taí a prova o povo é gado!)
Eles adoram uma liquidação e nem precisa ser na Daslu, afinal eles trabalham com outros artigos, compram votos, compram a fidelidade partidária, vendem consciência, negociam a patifaria e a roubalheira, sem qualquer escrúpulo à luz do dia, sob os holofotes da mídia e nem
 precisam  jogar dados, poís são cartas e cartas marcadas, com sangue de inocentes,.
Agora há novos “bodes espiátorios”: os deficientes.
Primeiro a gente dá, promete, ilude, oferece vagas de trabalho, e diz para eles que as grandes empresas, vão pagar se não agirem dentro da lei. Mas ora a lei!!
Quem faz as leis? Somos nós. Fica tudo em casa!
Mas o diabo, é que os mancos, os aleijados, os débeis levaram a sério, e acreditaram que podiam ser gente, e se dedicaram aos estudos, fizeram cursos, se desdobraram em sua pobreza e se fizeram melhores. Mas e agora? Eles se descobriram melhores que os grandes homens brancos de Brasilia, mas isso já é demais!
Resolveram então cortar as asas e joga-los de novo no chão. Talvez uma queda da qual não possam mais se levantar, mas quem se importa?
Eles são a minoria. Mas quem se importa, não é mesmo?
Pior do que ladrão é ser corrupto, pior do que ser corrupto é ser político.
Vamos agora, por uma deformidade legal, perder as vagas de trabalho, vamos ter menos oportunidade de ser alguem com chance de pleitear lugar nas grandes empresas, vamos disputar vagas para deficientes, com outros deficientes, que por si só já estão em minoria, a exclusão da exclusão.
È como roubar doces de crianças, pensam os “políticos”  de  Brasilia.
Mas quem se importa, não é mesmo?
Dane-se a lei positivada! A Constitutição Cidadã, que garante dignidade e igualdade para todos, para os iguais e para os desiguais.
Cuja única, miserabilidade, é ter nascido pobre.
Esse é o Brasil, de todos, de inocentes e culpados. Mas se pensar bem, não existe  mais inocentes.
Por que somos todos culpados, pela desinformação imperdoavel nos dias de hoje, pela pouca memória, de não procurar conhecer quem e o que fazem com os nossos votos. Culpados, por não ter a força de se rebelar, não apenas na força armada, mas na força da palavra e da escrita.
Por que se temos amor ao que é nosso, se temos vergonha na cara, precisamos gritar, não apenas pelos deficientes de hoje, mas pelos de amanhã, afinal para ser deficiente basta apenas um segundo.
Segundo o autor Eugênio Raúl Zaffaroni, Globalización y sistema penal en América Latina, “as pessoas costumam tolerar a injustiça, mas não podem tolerar a desesperança”. È da essência humana ter projetos e projetar-se. E sem projetos não há existência. A exclusão é a desesperança, fecha todas as possibilidades, potencializa todos os conflitos sociais sejam de qualquer natureza.
Senhores políticos, o excluído sendo mais e mais distanciado da sociedade, passa a não ser contado, passa a não mais existir, é um descartável e que não serve para nada, apenas uma moléstia. A conclusão desse pensamento é um genocídio.
Acordem senhores de Brasilia, a faixa da sociedade que mais cresce, nos dias atuais é a de deficientes.
E pasmem senhores, são até agora uma classe produtiva e que consome. E vota!!!
Só posso pensar que aqueles que pretendem tirar as poucas benécias da lei em prol dos deficientes, ou tem medo de serem suplantados pela concorrência de pessoas dignas que podem fazer o seu voto, com gente séria e competente, ou estão atirando no próprio pé, pela senilidade e pelas atrofias mentais e que não são consideradas deficiencias e sim desvios de caráter.