quinta-feira, 3 de novembro de 2011

E disse DEUS, haja luz e houve luz.........

E disse Deus, haja luz, e houve Luz.
E no sétimo dia  ELE descansou.
Criou Deus, um mundo perfeito, onde todas as coisas viviam harmônicas.
E Deus criou o homem e achou bom o que fez, mas entendeu também que era bom e aprazível que o homem tivesse uma companheira para com ele viver.
Ah! Se o mundo tivesse ficado assim, de maneira calma dócil, sem conflitos e sem rusgas, apenas o homem e a mulher, o macho e a fêmea, dois para desfrutar um pequeno espaço (???????), para realizar atividades diárias, para compartilhar um mundo só deles.
Mas será que após tantos dias, de pura mansidão, a natureza humana, não falou mais alto? Na bíblia ou no Torá, tempo em horas, dias, semanas, meses, não existia. Será que não bateu aquela monotonia e a Eva (é positivado) que ela não se contentou com as notícias que Adão trazia todos os dias, e resolveu procurar novidades.

E o mundo que era perfeito virou do avesso.

No livro dos cristãos se fala também de Salomão, que pediu a Deus, apenas sabedoria, e com ela governou, mas precisou agir de forma desumana ao “dividir” uma criança para despertar a sanidade em mulheres débeis. Então imagina que até para se buscar a justiça, deve se “burlar” o bom senso.
Nas cidades de Sodoma e Gomorra, a violência imperava, a insensatez, não tinha lugar, todos faziam o que bem quisesse, e de tal forma que aqueles que não assim pensassem deviam ir embora.
No feudalismo, o senhor de todos os domínios, decidia pela vida e pela morte de todos, aceitava inclusive as primícias, como demonstração de sua força e domínio, mandava desafetos á frente de batalha, para um triste e definitivo fim.
E era tal o pensamento da época que mesmo a igreja, mandava matar em nome de DEUS.
Em qualquer tempo, em qualquer civilização, existe exemplos claros de poderio pela força, nem sempre justificada pela inteligência, nem pela razão, mas pela força física.
E podemos até ser alheios e egoístas e dizer que esses exemplos, são antigos do tempo das barbáries. (Muito longe da gente....!?!)
Ilusão.... o homem  já conseguiu destruir o planeta...... Destruir o semelhante, é apenas detalhe.
 Já começa na visão deturpada de ver no outro, tudo menos a semelhança.
Em nome da justiça, se cria leis, e elas respondem a realidade em que se vive, o tempo em que se vive, as ideias que se professam, as leituras que se fazem, as garantias e deveres de cada um.
Gosto muito de um exemplo, que para mim toca fundo, eu sou uma pessoa com deficiência, nas pernas, nasci com sequelas de poliomielite. Se fosse,  em tempos antigos, certamente, não estaria aqui escrevendo essa carta.
Por ser mulher, seria analfabeta. De casamento arranjado por força de costumes e tradições. Sem opinião, à não ser é claro do meu marido. E com uma enorme sorte se estivesse viva, por que as crianças com deformidades, tinham a morte certa!
Se,  pede justiça, se usa o direito para isso. Ele é uma ferramenta “cortante”, mas maleável, e se amolda muito bem à mão do ferreiro. (operador do direito).
Lembro, minha primeira aula de direito, Introdução ao Estudo do Direito, o que é o direito? Penso, mas não dá tempo de falar, alguém grita: Justiça!!!
Penso que aqueles que amam o direito, sabem que há muita diferença, há muita controvérsia, e é exatamente isso é que vale a pena!!!
Todas as decisões judiciais são certas? Elas devem atingir um caso concreto? Ou elas devem ser para todo mundo?
Mas que fale quem já está neste mérito, a muito tempo, que já bebeu desse vinho inebriante, que já correu por todas as nuances da lei, que procurou brechas com sofreguidão para alivio do seu cliente, para receber as honras como um inconteste cavaleiro feudal, para o operador do direito que se debruçou sobre todas as leituras e doutrinas diversas, que alinhavou cada detalhe, que se entregou em cada verbete, que cada entrelinha fez um rol de justificadas e certas (??) defesas.

Sandra Regina Carvalho Boschilia

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